A Microeconomia trata das escolhas dos indivíduos quanto à afetação dos recursos escassos que têm disponíveis, a afetação das coisas. Assim, estuda os fundamentos das escolhas econômicas de cada indivíduo e a sua evolução com a alteração dos preços das coisas. Além de considerar as decisões individuais, a Microeconomia pode ainda considerar um certo nível de agregação. No entanto a agregação é sempre de coisas idênticas (homogêneas) e em quantidades. Por exemplo, podem ser considerados em conjunto os consumidores de laranjas e em conjunto os vendedores de laranjas, sendo que, apesar de haver muitas variedades de laranjas, é assumido que para um certo grau de abstração são idênticas. A agregação será, por exemplo, em toneladas produzidas para temperatura.
Oposto à Microeconomia que se debruça sobre as escolhas individuais, existe a Macroeconomia que estuda realidades agregadas ao nível dos países, sendo que a agregação é feita em termos monetários (multiplicando as quantidades pelo preço de mercado). A “Economia Industrial” que estuda realidades ao nível da “indústria” (que genericamente são conjuntos de empresas que usam tecnologias idênticas e/ou produzem bens idênticos) é a disciplina intermédia entre esta duas, podendo considerar agregações em valor ou em quantidades.
A Microeconomia, por questões de sistematização, pode ser dividida em diversas “especialidades”, nomeadamente a teoria do consumidor, a teoria do produtor, teoria dos mercados, teoria dos bens públicos, etc.
Princípios microeconômicos fundamentais
Os indivíduos estão dependentes das disponibilidades de recursos e dos seus preços relativos e têm como objectivo a maximização que cada indivíduo faz do seu bem-estar (self-interest).
Apesar de vivermos numa sociedade complexa com uma enorme variedade de bens e serviços disponíveis e em que os indivíduos estão especializados no desempenho de certas tarefas específicas, apresento num exemplo simples com dois ou três indivíduos os axiomas profundos que teorizam como funciona um economia de mercado. A pertinência de utilizar uma economia simples deriva de toda a complexidade econômica poder ser entendida como o resultar da interação de indivíduos cujo comportamento se baseia em conceitos simples, nomeadamente de que o comportamento dos indivíduos é de forma a maximizar o valor dos bens ou serviços que possuem e consomem, sujeitos a uma restrição orçamental.
Relação entre valor e escassez
A teoria econômica tem por base dois conceitos fundamentais que vamos explicar neste ponto: primeiro que as pessoas atribuem valor às coisas e segundo que realizam ações de forma a maximizar o valor total das coisas que possuem/consomem.
Em termos de mercado, as ações possíveis de implementar reduzem-se à realização de compras e de vendas e as coisas reduzem-se a mercadorias e serviços. No entanto, os conceitos de ação e de coisa são mais gerais e não se reduzem às transações efetuadas no mercado. Por exemplo, mesmo as decisões quanto a casar, a ter filhos, a escolher um clube de futebol do “coração”, adotar um partido político, ter um amigo ou um animal de estimação, etc., são ações/escolhas que o indivíduo faz sobre coisas, serviços ou pessoas que têm por objectivo consciente ou inconsciente maximizar o valor das “coisas” detidas pelo indivíduo.
Valor das coisas
Cada indivíduo tem necessidades que quando satisfeitas lhe permitem viver numa situação de mais conforto, numa situação de maior bem-estar. As necessidades, na sua maioria, são satisfeitas com mercadorias ou serviços mas a amizade, o companheirismo, o amor, a lealdade, etc. das outras pessoas para com o indivíduo também aumentam o seu bem-estar. O valor atribuído às coisas deriva exatamente da sua capacidade em satisfazer essas necessidades e de aumentar o bem-estar. Se uma coisa não satisfaz nenhuma necessidade, então não terá valor. Se, pelo contrário, uma coisa evita certa necessidade de ser satisfeita, então terá um valor negativo (numa perspectiva cardinal.
Resumindo, numa perspectiva utilitarista centrada no indivíduo, o valor das coisas resulta de uma avaliação subjectiva da capacidade de uma coisa satisfazer as necessidades de um indivíduo.
Assim sendo, as coisas não têm valor em absoluto, em separado das pessoas e das circunstâncias, tendo a mesma coisa diferentes valores para pessoas e situações diferentes.
Levanta-se aqui a dúvida e a discussão se a Natureza tem valor por si, separada do Homem, ou se a sua proteção tem em vista uma futura fruição pelo Homem, por exemplo, pela descoberta de novos medicamentos a partir das florestas tropicais ou se a sua destruição pode induzir alterações climáticas que diminua a habitabilidade da Terra.
Em termos matemáticos, sendo que o indivíduo tem disponível a quantidade n de um determinado bem escasso i, podemos condensar na função V(n)i o valor que o indivíduo atribui a possuir/consumir a quantidade n da coisa i. Consideremos que o valor tem como unidades os “vales”.
Estamos mais habituados a pensar que o valor das coisas é positivo mas, o valor também pode ser negativo quando evita a satisfação de uma necessidade ou induz desconforto e diminuição do bem-estar. Um exemplo de coisa com valor negativo é o lixo. Sendo que as coisas com valor positivo, boas, se denominam por bens, podemos denominar as coisas com valor negativo, más, por males.
No geral, quanto maior for a quantidade de coisas boas, maior é o seu valor (ter 100 carros é melhor que ter 1 carro).
Como nota não diretamente relacionada com a discussão sobre o valor das coisas mas importante, quando num estudo teórico se convenciona que todos os agentes econômicos são idênticos (têm a mesma função valor e o mesmo objectivo), dizemos que estamos numa situação de simetria. Usam-se situações de simetria porque são algebricamente mais simples e para provar que não é necessário que os Homens sejam diferentes para que exista necessidade de comércio (troca).
Valor médio
A economia no geral trata da afectação das coisas com valor e disponíveis em quantidade limitada, os recursos escassos.
Em termos tipológicos, são considerados na teoria económica quatro grande classes de recursos escassos:
- Recursos naturais – solo agrícola, água, variedades de sementes, paisagens, ar puro, recursos pesqueiros, animais selvagens, etc.
- Recursos humanos – em termos genéricos consiste no trabalho fornecido pelos trabalhadores e pode ser indiferenciado, especializado, escolarizado, inventivo, etc.
- Recursos de capital – Máquinas, edifícios, estradas, barragens, solo, portos, etc. Também podemos falar de capital humano como o stock de conhecimento dos trabalhadores que faz aumentar a sua produtividade, que apesar de ser um recurso humano obriga a despender outros recursos para ser aumentado.
- Recursos de empreendedorismo – Ideias de negócios, de novos produtos, de formas de criar mais riqueza, etc. Apesar de ser realizada por homens, separa-se do capital humano pela sua grande importância no desenvolvimento e crescimento econômico.
Sendo que a quantidade n é limitada, podemos calcular o valor médio da coisa por unidade (por litro, kg, metro, mês, etc.).
Em termos matemáticos, sendo n a quantidade disponível do bem (e.g. litros) a que eu atribui o valor V(n) “vales”, o valor médio unitário de cada litro de coisa, Vméd(n), vem dado por:
vales por litro
A primeira questão que se quer saber é como varia o valor médio unitário da coisa com a quantidade disponível.
Vou agora apresentar uma situação ilustrativa de uma “economia elementar” cuja manipulação algébrica servirá de base à exposição dos conceitos microeconômicos.
Vamos supor que estou a almoçar num restaurante e a sobremesa são 10 maçãs. Eu dou o valor de 100 “vales” a essa sobremesa. Quer isto dizer que esta sobremesa vai satisfazer uma necessidade minha, aumentando o meu bem-estar. A atribuição de 100 é um número relativo que posteriormente será explicado que não tem importância (ver no ponto 4.1 a diferença entre utilidade cardinal e ordinal). Então, o valor médio unitário das maçãs quando eu tenho 10 maças é de 10 “vales” por maçã.
Agora a questão que se coloca é que se ao conjunto das 10 maçãs eu atribuo como valor 100 “vales”, quanto será o valor que eu atribuo uma sobremesa constituída por apenas 5 maçãs?
E intuitivo que depois de eu ter/comer 5 maças ainda dou algum valor a ter/comer mais 5 maças. No entanto, já não acrescenta, proporcionalmente, o mesmo valor. Quer isto dizer que o valor de ter 10 maçãs deverá ser menor que o dobro de ter apenas 5 maçãs.
Sendo que o valor cresce menos que proporcionalmente com a quantidade, então quanto maior for a quantidade de um bem, menor será o seu valor médio unitário.
Valor marginal
Agora a questão que se põe é saber, se as maçãs são postas na mesa uma a uma, qual será o valor da “última” maçã posta na mesa. Por ser a “última” maçã, em termos geométricos podemos associar a ideia ao conceito de fronteira/margem/limite. A última casa de Portugal está na fronteira com Espanha, na margem, no limite. Sem nos molharmos, podemos no limite ir até à margem do rio, à fronteira da terra com a água. E o que está na margem diz-se marginal.
MICROECONOMIA - TEORIA GERAL DOS PREÇOS
A microeconomia analisa a formação de preços no mercado, ou seja, como a empresa e o consumidor interagem e decidem qual o preço e a quantidade de um determinado bem ou serviço em mercados específicos. A microeconomia estuda o funcionamento da oferta e da procura na formação do preço no mercado, isto é, o preço sendo obtido pela interação do conjunto dos consumidores com o conjunto de empresas que fabricam um dado bem ou serviço.
Do ponto de vista da economia de empresas, onde se estuda uma empresa específica, prevalece a visão contábil financeira na formação do preço de venda de seu produto, baseada principalmente nos custos de produção, enquanto na Microeconomia prevalece a visão do mercado.
O conceito de empresa possui 2 visões: a econômica e a jurídica. Do ponto de vista econômico, empresas ou estabelecimento comercial é a combinação pelo empresário, dos fatores de produção: capital, trabalho, terra e tecnologia, de modo organizados para se obter o maior volume possível de produção ou de serviços ao menor custo.
Na doutrina jurídica reconhece-se o estabelecimento como uma universalidade de direito, incluindo-se na atividade econômica um complexo de relações jurídicas entre o empresário e a empresa.
Pressupostos básicos da análise microeconômica
A hipótese coeteris paribus ( tudo o mais permanece constante ): o foco de estudo é dirigido apenas àquele mercado, analisando o papel que a oferta e a demanda nele exercem, supondo que outras variáveis interfiram muito pouco, ou que não interfiram de maneira absoluta.
Papel dos preços relativos
Na análise microeconômica, são mais relevantes os preços relativos, isto é, os preços dos bens em relação aos demais, do que os preços absolutos ( isolados) das mercadorias. Exemplo: se o preço do guaraná cair 10%, mas também o preço da soda cair em 10%, nada deve acontecer na demanda dos dois bens, mas se cair apenas o preço do guaraná, permanecendo inalterado o preço da soda, deve-se esperar um aumento na quantidade procurada de guaraná e uma queda na soda. Embora não tenha havido alteração no preço absoluto da soda, seu preço relativo aumentou, quando comparado com o guaraná.
Princípio da Racionalidade
Por esse princípio, os empresários tentam sempre maximizar lucros condicionados pelos custos de produção, os consumidores procuram maximizar sua satisfação no consumo de bens e serviços ( limitados por sua renda e pelos preços das mercadorias).
Aplicações da análise microeconômica
A teoria microeconômica não é um manual de técnicas para a tomada de decisões do dia-a-dia, mesmo assim ela representa uma ferramenta útil para esclarecer políticas e estratégias, dentro de um horizonte de planejamento, tanto em nível de empresas quanto de nível de política econômica.
Para as empresas, a análise microeconômica pode subsidiar as seguintes decisões:
- Políticas de preços da empresa;
- Previsão de demanda e faturamento;
- Previsão de custos de produção;
- Decisões ótimas de produção (melhor combinação dos custos de produção);
- Avaliação e elaboração de projetos de investimentos (análise custo/benefício);
- Política de propaganda e publicidade;
- Localização da empresa.
Em relação da política econômica, pode contribuir na análise e tomada de decisões das seguintes questões:
- Efeitos de impostos sobre mercados específicos;
- Política de subsídios;
- Fixação de preços mínimos na agricultura;
- Controle de preços;
- Política Salarial;
- Políticas de tarifas públicas. (água, luz, etc.).
Divisão do estudo microeconômico
- Análise da Demanda: A Teoria da Demanda ou Procura de uma mercadoria ou serviço divide-se em Teoria do Consumidor e Teoria da Demanda de Mercado.
- Análise da Oferta: A Teoria da Oferta de um bem ou serviço também se subdivide em oferta de firma individual e oferta de mercado.
- Análise das estruturas de mercado: A partir da demanda e da oferta de mercado são determinados o preço e a quantidade de um bem ou serviço.
As estruturas de mercado de bens e serviços são:
- concorrência perfeita;
- monopólio;
- oligopólio
- concorrência imperfeita ou monopolista;
- As estruturas de mercado de fatores de produção são:
- concorrência perfeita;
- monopólio;
- oligopólio;
Teoria do equilíbrio geral:
A análise do equilíbrio geral leva em conta as inter-relações entre todos os mercados, procurando analisar se o comportamento independente de cada agente econômico conduz todos a uma posição de equilíbrio global, embora todos sejam, na realidade, interdependente.
Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado
Breve Histórico:
Os fundamentos da análise da demanda ou procura estão alicerçados no conceito subjetivo de utilidade. A utilidade representa o grau de satisfação que os consumidores atribuem aos bens e serviços que podem adquirir no mercado. Como está baseada em aspectos psicológicos ou preferências, a utilidade difere de consumidor para consumidor (uns preferem uísque, outros preferem cerveja etc.).
A Teoria do Valor Utilidade contrapõem-se à chamada Teoria Valor Trabalho, desenvolvida por economistas clássicos. A Teoria do Valor Utilidade pressupõe que um valor de um bem se forma pela sua demanda, isto é, pela satisfação que um bem representa para o consumidor.
A Teoria Valor Trabalho considera que um bem se forma do lado da oferta, através dos custos do trabalho incorporado ao bem. Os custos de produção eram representados basicamente pelo fator mão-de-obra, em que a terra era praticamente gratuita e o capital pouco significativo.
Pode-se dizer que a Teoria do Valor - Utilidade veio complementar a Teoria Valor – Trabalho, pois não era mais possível predizer o comportamento dos preços dos bens apenas com base nos custos da mão de obra ( ou mesmo custos em geral ) sem considerar o lado da demanda ( padrão de gostos, hábitos, renda etc.).
Ademais, a Teoria do Valor Utilidade permitiu distinguir o valor de uso do valor de troca de um bem. O valor de uso é a utilidade que ele representa para o consumidor. Valor de troca se forma pelo preço no mercado, pelo encontro da oferta e da demanda do bem.
Demanda de Mercado
Conceito:
A demanda ou procura pode ser definida como a quantidade de um determinado bem ou serviço que os consumidores desejam adquirir em determinado período de tempo.
A procura depende de variáveis que influenciam a escolha do consumidor. São elas: o preço do bem e serviço, o preço dos outros bens, a renda do consumidor e o gosto ou preferência do indivíduo. Para estudar-se a influência dessas variáveis utiliza-se a hipótese do coeteris paribus, ou seja, considera-se cada uma dessas variáveis afetando separadamente as decisões do consumidor.
Relação entre a quantidade procurada e preço do bem: A Lei Geral da Demanda
Há uma relação inversamente proporcional entre a quantidade procurada e o preço do bem. É a chamada Lei Geral da Demanda. Essa relação pode ser observada a partir dos conceitos de escala de procura, curva de procura ou função demanda.
A relação preço/quantidade procurada pode ser representada por uma escala de procura, conforme apresentada a seguir:
A curva da demanda é negativamente inclinada devido ao efeito conjunto de dois fatores: o efeito substituição e o efeito renda. Se o preço de um bem aumenta, a queda da quantidade demanda será provocada por esses dois efeitos somados:
- a) Efeito substituição: se um bem possui um substituto, ou seja, outro bem similar que satisfaça a mesma necessidade, quando seu preço aumenta, o consumidor passa adquirir o bem substituto, reduzindo assim sua demanda. Exemplo: Fósforo.
- b) Efeito renda: quando aumenta o preço de um bem, o consumidor perde o poder aquisivo, e a demanda por esse produto diminui.
Outras variáveis que afetam a demanda de um bem
Efetivamente, a procura de uma mercadoria não é influenciada apenas por seu preço. Existe uma série de outras variáveis que também afetam a procura.
- Se a renda dos consumidores aumenta e a demanda do produto também, temos um bem normal.
- Bem inferior, cuja demanda varia em sentido inverso às variações da renda; exemplo se o consumidor ficar mais rico, diminuirá o consumo de carne de segunda, e aumentará o consumo da carne de primeira.
- Bens de consumo saciado, quando a demanda do bem, quase não é influenciada pela renda dos consumidores (arroz, farinha, sal, etc.), muitas vezes ocorre a diminuição do consumo deste tipo de bem, devido ao aumento da renda.
- Bens substitutos, quando há uma relação direta entre o preço de um bem e a quantidade de outro. Exemplo: um aumento no preço da carne deve elevar a demanda de peixe.
- Bens complementares: São bens que podem ser utilizados em conjunto ou que ficam melhores utilizados. Ex: Se aumentar o preço da impressora e a quantidade demandada de cartuchos diminuir é porque a impressora e o cartucho são complementares no consumo.
Oferta de Mercado
Pode-se conceituar oferta como as várias quantidades que os produtores desejam oferecer ao mercado em determinado período de tempo. Da mesma maneira que a demanda, a oferta depende de vários fatores; dentre eles, de seu próprio preço, dos demais preços, dos preços dos fatores de produção, das preferências do empresário e da tecnologia.
Diferentemente da função demanda, a função de oferta mostra uma correlação direta entre a quantidade ofertada e nível de preços. É a chamada Lei Geral da Oferta.
Podemos expressar uma escala de oferta de um bem X, ou seja, dada uma série de preços, quais seriam as quantidades ofertadas a cada preço:
Equilíbrio de Mercado
A interação das curvas de demanda e de oferta determina o preço e a quantidade de equilíbrio de um bem ou serviço em um dado mercado.
Veja o quadro a seguir representativo da oferta e da demanda do bem X:

Como se observa na tabela existe equilíbrio entre oferta e demanda do bem X, quando o preço é igual a 6,00 unidades monetárias.
Interferência do Governo no equilíbrio de mercado
O governo intervém na formação de preços de mercado, a nível microeconômico , e quando fixa impostos e subsídios, estabelecem critérios de reajustes do salário mínimo, fixa preços mínimos para produtos agrícolas decreta tabelamentos ou ainda congelamento de preços e salários.
A) Estabelecimento de Impostos: É sabido que quem recolhe a totalidade do tributo é a empresa, mas isso não quer dizer que é ela quem efetivamente paga. Assim, saber sobre quem recai efetivamente o ônus do tributo é uma questão da maior importância na análise dos mercados.
Os tributos se dividem em impostos, taxas e contribuições de melhoria. O impostos dividem-se em:
- Impostos Indiretos: impostos incidentes sobre o consumo ou sobre as vendas. Exemplo: Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
- Impostos Diretos: Impostos incidentes sobre a renda. Exemplo: Imposto de Renda.
Entre os impostos indiretos destacamos:
- Imposto Específico: Recai sobre a unidade vendida.
- Exemplo: para cada carro vendido, recolhe-se, a título de imposto, R$ 5.000 ao governo (esse valor é fixo e independente do valor da mercadoria).
- Imposto ad valorem: é um percentual (alíquota) aplicado sobre o valor de venda.
- Exemplo: supondo a alíquota do IPI sobre automóveis de 10 %, se o valor do automóvel for de R$ 50.000, o valor do IPI será de R$ 5.000; se o valor aumentar para R$ 60.000, o valor do IPI será de R$ 6.000.
- Assim, como se pode notar, a alíquota permanece inalterada em 10%, enquanto o valor do imposto varia com o preço do automóvel.
- Política de preços mínimos na agricultura: Trata-se de uma política que visa dar garantia de preços ao produtor agrícola, com propósito de protegê-lo das flutuações dos preços no mercado, ou seja, ajudá-lo diante de uma possível queda acentuada de preços e conseqüentemente da renda agrícola. O governo, antes do início do plantio, garante um preço que ele pagará após a colheita do produto.
- Tabelamento: Refere-se à intervenção do governo no sistema de preços de mercado visando coibir abusos por parte dos vendedores, controlar preços de bens de primeira necessidade ou então refrear o processo inflacionário, como foi adotado no Brasil (Planos Cruzado, Bresser etc.), quando se aplicou o congelamento de preços e salários.